sábado, 5 de março de 2016

A MENTIRA DA FORMAÇÃO DE FUTSAL, NOS DISTRITAIS DO PORTO (CAP.1) FORMAR JOGADORES OU "ROUBAR" JOGADORES, PARA GANHAR CANECOS ? - Por Manuel Pina Ferreira

Inicio, este meu primeiro artigo,  com uma explicação pessoal.
Pelo respeito, à educação recebida de um homem perseguido pela PIDE, pela forma de pensar e de se expressar, “sou obrigado” a dar meu nome pessoal, a esta crónica de protesto pela “vergonha” que se passa no CHAMADO mas mentiroso Futsal de formação da AF Porto.
Ponderei, criar uma página do facebook para o efeito. Ponderei, criar um blogue. Mas as críticas devem ser feitas às claras e de corpo aberto, pois os cobardes, não têm direito a criticar.
Apenas, senti reservas, para não me conectarem com o Boavista Futebol Clube, mas o meu passado no futsal é suficiente para me assumir como independente na modalidade.
Pelo exposto, assumo e assino com o meu nome a critica (ou criticas) que passo a expor.
A aposta na formação na AF Porto, está completamente adulterada. Não por culpa da Associação, mas pela chico-expertisse de uns denominados, Dirigentes/treinadores que aproveitando a leveza dos regulamentos Federativos, deturpam a essência da complexa (parece ainda mais complexa, que eu pensava) missão de formar homens e atletas, com a importância de juntar “canecos” nas prateleiras das sedes sociais.
Chegar ao título é o fim, os meios para os atingir, são todos válidos!
Vamos a exemplos concretos.
O clube “A” disputa um campeonato de formação e no final de três meses de competição, compreende que não pode ultrapassar o clube “B”. que fazer? Simples! Basta ir buscar ao clube adversário, os seus melhores jogadores, desfalcando-o e assim, tornar possível ultrapassa-lo.
Mas se no final, a esses jogadores, fosse permitido uma evolução futura, ainda colocaria  dúvidas, na minha crítica. Mas tal, não acontece. Porque o atleta é (no momento forte no seu escalão) e vai ajudar a ganhar o campeonato, mas na época seguinte, será atleta de primeiro ano, no escalão superior… e nesse caso, NÃO PRESTA! Dado que o objectivo é ganhar! Os atletas de formação, passam a ser um pouco (desculpem-me o termo) como um preservativo, de usar e deitar fora!
Dando nome às coisas…
No escalão de Iniciados (repito…Iniciados) o Caxinas, segue em segundo lugar empatado com o Cohaemato, tendo perdido com o Boavista e empatado com o Cohaemato (ganhando na secretaria). As derrotas da Coehamato são com o Boavista e com o Caxinas na secretaria.
Já todos chegaram à conclusão que “ninguém vencerá estas duas equipas” nas últimas jornadas que faltam realizar. Então o Caxinas, convidou os três melhores jogadores do adversário a mudarem de clube! A Direcção da Coheamato, recusou e propôs a assinatura dos referidos atletas para a próxima época, tendo (através dos pais) estes recusado a assinatura. O Cohaemato pressionou os “seus” jogadores, mas acabou por fim, por ser pressionado.
Resultado final. O Caxinas, pagou a quantia de 100,00 euros por cada transferência (cumprindo os regulamentos) e levou os atletas.
Curiosamente, apetece-me rir, dentro de três jornadas as duas equipas vão-se defrontar, com os miúdos com outro emblema.
Por certo, com o Caxinas (reforçado) e o Cohaemato (desfalcado) a vitória vai sorrir aos Caxineiros, que assim conquistarão mais um caneco.
Brilhante, ou simplesmente, lamentável?
Tenho amigos, nas duas partes, o que me permite afirmar  que todo este processo  é lamentável.
Esta forma de actuar, adultera a verdade desportiva! Isto não é formação. Isto, raia a batota desportiva.
Mais grave ainda, não é caso virgem!
Há clubes a reclamar na AF Porto, sobre este caso e ameaçando parar com a formação. Vários clubes sabem, que os seus jogadores estão já (convidados/forçados) com o Caxinas.
Irei falar com dirigentes de clubes, para alicerçar a minha tese, mas sei, no momento, que o FC Gaia está a estudar parar com a formação e já avisou a Associação. O Boavista, tem conhecimento que dois jogadores de sub 20 (ainda agora começou a segunda fase) já foram contactados! Só no conjunto da formação axadrezada, estão nos planos de transferência – neste processo - mais de dezena e meia de atletas!
Conclusões. Quais as armas? O que fazer?
As armas utilizadas, são simples, mas muito graves, metendo terceiras pessoas.
Seleccionadores… (atenção eu disse seleccionadores). Aos atletas é garantido e não prometido, que passam de imediato, a fazer parte das convocatórias das respectivas seleções! E tal tem acontecido. Desconheço se eles evoluem (rapidamente) com os ares da praia ou se é pura coincidência.
A AF Porto, sente-se amarrada aos regulamentos (de pagamentos baixos de taxas de transferências) nestes processos. Há clubes que propõem uma espécie de carta de transferência voluntária, que, quando os  clubes não concordem com a transferência, a meio da época, onere muito a inscrição.   Essa inflação, seria distribuída pelas despesas com as respectivas seleções e uma parte a dividir entre clube e Associação.
Sei que a AF Porto, pondera, apresentar esta hipótese, na FPF, o que pode vir a prejudicar (involuntariamente) todos os clubes de outras Associações.
Na minha opinião, deveria optar-se numa solução imposta pela Federação de Voleibol (o andebol também tem regulamento especifico para este assunto).
O Voleibol, valoriza os atletas por anos de competição. Até aos infantis o atleta é livre de se transferir sem nada se pagar entre clubes, mesmo em desacordo, mas o atleta já tem o seu valor na sua ficha, que o segue durante toda a sua formação.
A partir daí, os Iniciados (este regulamento é válido para os dois sexos de atletas) para se transferirem têm que pagar 150.00 euros. Os Cadetes…300,00 euros e por aí adiante.
Para melhor exemplificar, se um atleta tiver formação a partir de mini-volei, quando chegar a júnior e se quiser transferir sem acordo entre clubes, o clube interessado na aquisição, terá que pagar mais de 2 000,00 euros (dois mil euros). Doze e meio por cento, desse valor rever-te para a Associação.
Outros doze e meio, para a Federação e os restantes setenta e cinco por cento, para o clube que perde o atleta.
Aqui estão salvaguardados todos os interesses dos clubes formadores e estabelecidas as “Regras de jogo”. Todos sabem, todos aceitam… todos as cumprem.
Com este regulamento, não se viola nenhuma lei europeia, apenas se regulamentam as coisas e se defende a verdade desportiva e a verdadeira formação.
Enquanto, nada se fizer sobre este assunto, no distrito do Porto reina a anarquia na formação, onde até já Infantis jogam com uma camisola, mas já pertencem a outros emblemas.
Verdade desportiva? Formação? Qual quê? o que interessa é o caneco!
Como nota final, há clubes que se preparam para comprar canecos para jogar entre si, deixando os outros canecos… para outros pseudo-formadores.

Vergonhoso!

Manuel Pina Ferreira

3 comentários:

  1. Correndo o risco de não conhecer a fundo a situação que se relata, penso que há que distinguir duas situações bem diferentes.

    1) Transferência de jogadores em nova época, que de há alguns anos a esta parte não existe impedimento. A exceção existe quando existe um contrato de formação entre o atleta e o clube.
    2) Transferência a meio da época. Claro que podem existir golpes baixos, mas o atleta só muda de clube se o clube em que se inscreveu no inicio da época anuir.

    Ora, apesar de pensar que nestas andanças, não existem virgens, gostaria de manifestar a minha concordância com a com a quase totalidade do texto, no entanto penso que cada clube deve ser fiel às suas linhas orientadoras.

    Não há clube nenhum que não goste de ter os melhores nas suas fileiras, mas para mim, nem tudo vale.

    Se não gostava da "escravidão" que alguns miúdos estavam sujeitos na lei anterior, a falta de regulamentação atual (de facto existe regra, mas é como se não existisse) favorece os que têm mais uns trocos.
    Mesmo o Dragon Force, faz operações de charme sobre os melhores atletas de Futsal para os levar para lá...

    Não sei quais serão as possibilidades de alterar a lei, mas que deveria proteger quem investe na formação desde tenra idade, penso que ninguém discorda.

    A transferência a meio da época, contra o acordo da primeira equipa, para mim não se colocaria... Se a equipa não está de acordo, os pais assinaram documentos para uma época, eu não passaria nenhuma carta. Poderão dizer, mas os miúdos são os principais prejudicados... Talvez se prejudiquem, mas devem apreender desde pequenos que os compromissos são para assumir.

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    1. Concordo com a sua visão. Mas o que mais me incomoda é que o clube citado (há outro na zona do Porto) utiliza a coação, de prometer a seleção a todo o jogador que assine por eles e mais grave ainda, ameaça que retira da seleção o jogador que recuse mudar de clube.
      O muitíssimo grave é que, usa nomes de responsáveis selecionadores e há exemplos (vários) que essa promessa/ameaça é verdadeira.
      Sou claramente contra mudanças a meio da época na formação, sem razões claramente válidas. Aliciamento a troca de atletas, sou claramente contra.
      Mas eu não sou “ninguém”…

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    2. Concordo com a sua visão. Mas o que mais me incomoda é que o clube citado (há outro na zona do Porto) utiliza a coação, de prometer a seleção a todo o jogador que assine por eles e mais grave ainda, ameaça que retira da seleção o jogador que recuse mudar de clube.
      O muitíssimo grave é que, usa nomes de responsáveis selecionadores e há exemplos (vários) que essa promessa/ameaça é verdadeira.
      Sou claramente contra mudanças a meio da época na formação, sem razões claramente válidas. Aliciamento a troca de atletas, sou claramente contra.
      Mas eu não sou “ninguém”…

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