quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A Força do Futsal no Sistema Desportivo Português - Por Paulo Carvalho

Depois da chegada da seleção a Lisboa e de mais uma prova que o Futsal, quando pode ter o seu devido acompanhamento, tem a sua força com a presença de muitos adeptos no Aeroporto Humberto Delgado, sinto finalmente um gozo tremendo por nestes últimos dias ver a modalidade tão referenciada como nunca. Por alguns dias esquece-se o epíteto do Futsal ser o “parente pobre” do futebol… Sou mais um dos que alinha no grupo que não depositava grandes expetativas no percurso desta seleção. Mesmo tendo a inveja de não ser um especialista do Futsal internacional como as centenas que agora saltam para a primeira fila, entendo que é difícil encontrar argumentos quando pela frente estão algumas seleções de países com ligas profissionais e com a obrigação de terem uma base de recrutamento francamente maior dadas as suas dimensões. Juntando a isto a renovação de uma seleção que até hoje levantava muitas questões, ser campeão da Europa parecia um objetivo muito difícil de alcançar. A verdade é que esta seleção não só venceu, mas convenceu e mesmo nos grandes testes (Rússia e Espanha) foram brilhantes e nada inferiores aos seus adversários. Parabéns a todo este grupo de trabalho e à FPF por este êxito! Parabéns a todos os que gostam, mas sobretudo aos que se dedicam e se dedicaram ao Futsal. Para muitos agora é fácil falar do sofá…convido-vos nem que seja a irem ao pavilhão mais próximo da vossa casa e apoiarem o clube da vossa terra. E perceberem um pouco mais da realidade do Futsal nacional! Em Portugal o Futsal é a modalidade com mais praticantes no desporto escolar e universitário. Acredito que seja também a modalidade que mais praticantes tem numa vertente de lazer e recreação. Só não o é no federado porque há um lobby gigantesco que nunca o irá permitir. E mesmo sabendo que muitas vezes isso é assumido, nem é a segunda modalidade coletiva mais praticada no nosso país, principalmente pela força do feminino em que outras modalidades têm uma superioridade assinalável relativa ao Futsal. Espero que este título também sirva como estímulo para que o número de praticantes comece a ter o crescimento que esta modalidade merece, sem haver a necessidade de se entrar em euforias muitas vezes por números que não justificam tudo. Umas palavras para a classe a que pertenço, a dos treinadores. Imagino a felicidade sobretudo daqueles que orientam e já orientaram estes atletas. E sim, falamos da classe dos treinadores…para além dos árbitros, a única a quem se pede cursos para exercerem a atividade. Sim, a classe que mais partilha e procura ideias para evoluir. Sim, a classe que muitas vezes substitui os dirigentes na execução de algumas tarefas que deviam ser da sua competência…ou que também para além do treino se dedicam a tarefas de cariz logístico. Sim, a classe que para além das horas que se dedicam no local de “trabalho” também reserva umas quantas horas em casa, sacrificando sabe-se lá o quê. Sim, a classe que para além do nosso ESTADO não incentivar em nada, ainda mais exige com condições surreais para um grupo em que uma esmagadora maioria não tem rendimentos ou só ganha aquilo que gasta para estar ao serviço do Futsal. E finalizo reforçando o destaque nas manchetes dos jornais portugueses que mais realçaram este feito. Para os que gostam, para aqueles que nunca se interessaram e agora se interessam…e também para os que não gostam! Que este também seja um estímulo para que finalmente os media repensem o acompanhamento que esta modalidade merece.











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