quarta-feira, 6 de outubro de 2021

NO PÓS MUNDIAL, A REALIDADE DO FUTSAL PORTUGUÊS - Por LUÍS MANTA

 NO PÓS MUNDIAL, A REALIDADE DO FUTSAL PORTUGUÊS - Por LUÍS MANTA

Após o Mundial conquistado com toda a justiça em Kauskas na Lituânia, há que fazer uma pequena reflexão sobre a realidade do futsal no nóvel Páis campeão do mundo.

Não venho falar de quadros competitivos, pois para isso haverá gente com muito mais competência que eu, venho falar do futuro dos jogadores que todos nós aplaudimos nesta jornada gloriosa.

A realidade do futsal em Portugal é algo que passa despercebido da maior parte dos amantes e acompanhantes da modalidade. Desde que o seu clube ganhe, está tudo bem.

Em Portugal na 1ª Divisão (propositadamente não menciono o patrocinador), existem duas equipas altamente profissionais, outras tantas semi-profissionais envergonhadas e as restantes, amadoras puras.

Existe ainda, uma estrutura altamente profissionalizada ligada à Federação Portuguesa de Futebol.

Todos estes profissionais, são uma infíma parte da realidade do futsal português. 

As duas equipas profissionais, Sporting C.P. e S.L.Benfica, fornecem a grande maioria de jogadores à selecção, como é natural.  Bebe foi o único jogador amador presente nos seleccionados.

A minha questão é, qual o futuro profissional destes jogadores quando tiverem que ir para o mercado de trabalho ?

Sabemos que quase na totalidade das pessoas ligadas às estruturas profissionais dos clubes (profissionais) e FPF, têm um futuro profissional assegurado através de licenciaturas em Educação Física e os jogadores ?  

Todos estes jovens que correm atrás de um sonho, que hoje é "doce" e amanhã poderá ser "agri", na sua maioria negligenciou a sua formação académica na procura de um sonho.  Amanhã quando o futsal acabar na casa dos 30 anos, quais são as suas competências para procurarem um 1º emprego ? Terem sido campeões nacionais da Europa e do Mundo de futsal ?  De que vale isso, num mercado de emprego cada vez mais exigente e canibal ?

Quando estes rapazes tiverem 50 anos e viverem uma vida precária,  alguém se  vai  preocupar  com eles ? 

A suposta realidade do FUTSAL nacional é uma mentira, sob todos os aspectos. O futsal está refém de uma minoria de pessoas, que acham que este é o caminho correcto. O caminho é o correcto enquanto houver carne para canhão....  

O Sporting C.P. e o S.L.Benfica na sua ânsia de ganhar, optaram pelo profissionalismo da modalidade, provocando um desfazamento e bipolaridade na competição, que é de todo nefasta para a mesma.

Portugal não tem condições e economia (economia, porque quase na totalidade dos clubes, sobrevivem de patrocínios de empresas) para ter uma Liga Profissional.  O que existe é uma competição amordaçada pelo poder dos "grandes" e da FPF, que não é equilibrada e justa.

À FPF tudo o que interessa, é a conquista de títulos, os "louros", o aparecer nos Telejornais, tudo e todos os problemas que estão a montante, não interessam...

Fiquem bem...


  



2 comentários:

  1. E as restantes modalidades de pavilhão, nomeadamente, serão diferentes?
    Creio que se está a pegar no tema pelo lado errado, mas quem sou eu.

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    1. Eu sei que é um problema extensivo a muitas modalidades amadoras, mas com o mal dos outros pouco me importa, o FUTSAL é a minha modalidade e tem este problema, que foi criado com a profissionalização dos clubes Sporting C.P. e S.L.Benfica na sua ânsia de ganhar. Os jovens só têm o sonho de serem profissionais porque o profissionalismo existe nestas equipas. O problema existe e quem de direito, não se preocupa, incluíndo a F.P.F.. Sendo uma profissão de curta duração, deve ser remunerada como tal, de modo a que os profissionais possam amealhar e precaver o futuro, ora não é isso que acontece, pagar 2 ou 3.000,00 por mês, não dá para ninguém amealhar, isto ainda partindo do pressuposto que todos os descontos para a Seg.Social são feitos de acordo com o preceito legal.
      Repito, quando a maioria destes jovens que negligenciou a sua formação académica em busca de um sonho, estiverem no mercado de trabalho em situação precária, ninguém se vai lembrar deles.

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